quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Um texto sem título (que acabou tendo um).

              2015 está sendo um ano bem melhor que os outros dois últimos (talvez seja porque eu ainda estou de férias e raramente entro em contato com gente que eu não gosto). Mas talvez tem uma grande probabilidade disso se dar pois me libertei. Os últimos anos serviram pra rever certos conceitos e o papel e importância de inúmeras coisas na minha vida. Libertei-me de algo que me puxava cada vez mais pro fundo do poço; eu tentei com todo o meu coração e até a última gota de força (tanto que fiquei fraca e demorei muito pra me recuperar) salvar algo que não tinha salvação. Algo e alguém. Percebi que eu estava começando a me odiar por isso, o que é bizarro; nunca fui perfeccionista, nunca me importei com falhas pequenas. Acontece que essa não era uma falha pequena, e nem nova. Era algo que me perseguia fazia anos e eu realmente não via como escapar daquilo antes de consertar tudo (mesmo não tendo sido eu quem quebrou ou deixou daquele jeito). 
              Foi difícil voltar a me amar, a gostar de quem eu era e me achar legal, interessante e bonita. "ah, mas isso é egocentrismo": NÃO. Isso não é egocentrismo, é simplesmente reconhecer que tu és uma pessoa boa, que conhece coisas legais (e procura conhecer cada dia mais) e que isso não devia ser deixado de lado! Mas eu consegui, mesmo sendo difícil e ainda acordando alguns dias me achando uma bosta inútil e irrelevante pro mundo, eu ainda sei lá no fundo o meu valor; aquele que só eu posso dar a mim mesma e que ninguém pode te provar o contrário. 
               Pra alguém com depressão (sim, eu tenho depressão E ansiedade, que combo maravilhoso), eu tenho melhorado bastante. Eu já pensei em morrer por não me achar necessária pra nada ou pra ninguém, por me sentir inferior a tudo; olha o quão errada eu estava. Eu sou importante pra mim! E pra várias pessoas ao meu redor, e não conseguia ver isso pelo simples fato de estar cega de ódio pela minha própria pessoa. Tantas coisas que quero ler, tantos lugares que quero conhecer! Doía a ideia de perder tudo que eu iria perder. Sobreviver a várias coisas nocivas foi complicado, várias vezes me encontrei só precisando escalar a parede do poço com as mãos e pés machucados. Fiz isso só porque não conseguia perceber quem queria me ajudar nesse retorno à superfície. Mas felizmente, sobrevivi.
                Nunca tinha parado para escrever sobre isso, até por achar que ninguém se importava com esse tipo de coisa, mas quando tu vê alguém querido passar por isso, acaba sentindo necessidade de falar: tu não estás só. Nunca. Vai ter sempre alguém pra te dar apoio nos piores momentos, basta tu estares de acordo com a ajuda e perceber isso. E ajudar sempre que alguém precise de ti. A vida não é fácil, nunca vai ser, mas quando a gente tem amigos, pessoas pra confiar, a situação melhora. Não procura ir até o final do arco-íris pensando no tanto de ouro existente no pote; tenta deixar o ouro em segundo, terceiro, último plano e transforma a viagem na coisa mais sensacional que tu já fizeste :)


                Torno a repetir: nós somos importantes. Já dizia o Doctor:
"Em 900 anos de tempo e espaço, eu nunca conheci alguém que não fosse importante"

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